Mesmo com a globalização, palavra não mais tão em moda, as pessoas continuam distantes. Nessa época do ano, por exemplo, era tradição a troca de cartões de natal e de boas festas... Ou telefonemas de quem não se via há muito tempo. Agora o que temos são emails, torpedos ou scraps padronizados e impessoais para todo mundo!
Talvez, com a idade, o número de amigos vá aumentando de forma exponencial, de modo que não há outra saída senão recorrer às cópias de textos. Não há aqui um desmerecimento destes meios de desejar coisas boas... Eles realmente são práticos e eu inclusive fiz uso deles!
Talvez não haja mais tempo para a fraternidade... Ou a esperança que tem fama de ser a última a morrer já esteja cansadinha...
Talvez seja só o distanciamento mesmo!
Sei que já estou algo cansada de cultivar amizade em mão única.
Lembrei de uma música do meu querido, amado e idolatrado Paulinho da Viola, composta em outro contexto, conhecido pelas pessoas, mas que cabe bem aqui, porque é assim que me sinto, muitas vezes, em relação a pessoas que foram muito importantes em minha vida...
Sinal Fechado
(Paulinho da Viola)
Olá, como vai?
Eu vou indo e você, tudo bem?
Tudo bem, eu vou indo, correndo
Pegar meu lugar no futuro, e você?
Tudo bem, eu vou indo em busca
De um sono tranqüilo, quem sabe?
Quanto tempo...
Pois é, quanto tempo...
(pausa)
Me perdoe a pressa
É a alma dos nossos negócios...
Oh, não tem de que
Eu também só ando a cem
Quando é que você telefona?
Precisamos nos ver por aí
Pra semana, prometo,
Talvez nos vejamos, quem sabe?
Quanto tempo...
Pois é, quanto tempo...
Tanta coisa que eu tinha a dizer
Mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer
Mas me foge a lembrança
Por favor, telefone, eu preciso beber
Alguma coisa rapidamente
Pra semana...
O sinal...
Eu procuro você...
Vai abrir! Vai abrir!
Prometo, não esqueço
Por favor, não esqueça
Não esqueço, não esqueço
Adeus...
E o pior é que hoje em dia ninguém nem respeita sinal fechado... Nem estes segundos nos restam mais...