7 (valeu, Jorginho)
Mundo de Zinco
(Antônio Nássara e Wilson Batista)
Aquele mundo de zinco
Que é Mangueira
Desperta com o apito do trem
Uma cabrocha, uma esteira
Um barracão de madeira
Qualquer malandro em Mangueira tem
Mangueira, fica pertinho do céu
Mangueira, vai assistir o meu fim
Mas deixo o nome na história
O samba foi minha glória
E sei que muita cabrocha
Vai chorar por mim
8 (valeu, Aline)
O dinheiro que ganho
(Assis Valente)
O dinheiro que ganho
Não dá pra ficar no meio da rua
Pra cá e pra lá, pra lá e pra cá
O dinheiro que ganho só dá pra viver
No meu barracão, sentado no chão
Comendo de mão farinha, feijão
Olhando a cabrocha mexendo o legume
Pra não azedar
Se fico na rua lá vem um amigo
E eu sou obrigado a lhe convidar
Tomar um traguinho, bater um papinho
Dar uma voltinha pro tempo passar
Depois do passeio, lá vem o jantar
E também o café
Lá se vai meu dinheiro
E eu vou pro Salgueiro a pé
Meu dinheiro não dá
9 (valeu, Sururu)
Retalhos de Cetim
(Benito Di Paula)
Ensaiei meu samba o ano inteiro
Comprei surdo e tamborim
Gastei tudo em fantasia
Era só o que eu queria
E ela jurou desfilar pra mim
Minha escola estava tão bonita
Era tudo o que eu queria ver
Em retalhos de cetim
Eu dormi o ano inteiro
E ela jurou desfilar pra mim
Mas chegou o carnaval
E ela não desfilou
Eu chorei na avenida, eu chorei.
Não pensei que mentia a cabrocha
Que eu tanto amei
10 (valeu, Zé)
Samba de fato
(Pixinguinha/Baiano)
Samba do partido-alto }
Só vai cabrocha que samba de fato } (refrão)
Samba do partido-alto }
Só vai cabrocha que samba de fato }
Só vai mulato filho de baiana
E a gente rica de Copacabana
Dotô formado de ané de oro
Branca cheirosa de cabelo louro, olé
(refrão)
Também vai nêgo que é gente boa
Crioula prosa, gente da coroa
Porque no samba nêgo tem patente
Tem melodia que maltrata a gente, olé
(refrão)
Ronca o pandeiro, chora o violão
Até levanta poeira do chão
Partido-alto é samba de arrelia
Vai na cadência até raiar o dia, olé
(refrão)
E quando o samba tá mesmo enfezado
A gente fica com os óio virado
Se por acaso tem desarmonia
Vai todo mundo pra delegacia, olé
(refrão)
De madrugada quando acaba o samba
A gente fica com as perna bamba
Corpo moido só pedindo cama
A noite toda só cortando grama, olé
11
Chão de Estrelas
(Nelson Gonçalves)
A minha vida era um palco iluminado
eu vivia vestido de dourado
palhaço das perdidas ilusões
cheio dos guisos falsos da alegria
andei cantanado a minha fantasia
entre as palmas febris dos corações
meu barracão no morro do salgueiro
tinha o cantar alegre de um viveiro
foste a sonoridade que acabou
e hoje, quando do sol, a claridade
forra o meu barracão, sinto saudade
da mulher pomba-rola que voou
nossas roupas comuns dependuradas
na janela qual bandeiras agitadas
pareciam um estranho festival
festa dos nossos trapos coloridos
a mostrar que nos morros mal vestidos
é sempre feriado nacional
a porta do barraco era sem trinco
mas a lua furando nosso zinco
salpicava de estrelas nosso chão
tu pisavas nos astros distraída
sem saber que a ventura desta vida
é a cabrocha, o luar e o violão
quinta-feira, 21 de abril de 2005
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