VIVE MELHOR QUEM SAMBA !!!

"Eu digo e até posso afirmar: vive melhor quem samba" (Candeia)

quarta-feira, 3 de agosto de 2005

"A irmã do Thiago"

Estava eu navegando pelos blogs alheios, até que me deparei com este texto! Como eu estava no blog do meu irmão (tem link na barra à direita deste post), o título me chamou a atenção, afinal, a irmã da crônica do Thiago só podia ser eu...
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Li, me identifiquei, mas o nome que tava por ali era Maria... Não entendi nada! Será que foi porque o chamei de João num post anterior? Mas eu era a Joana... E não Maria... Enfim!
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Notem a visão de alguém que me vê todos os dias (ao menos nas poucas vezes que durmo em casa e não nos cafofos dos amigos depois de noitadas em rodas de samba...) e que me atura desde que nasceu... Não é que o garoto me conhece e presta atenção em mim mesmo? Valeu, mano!

Com vocês, "A irmã do Thiago"!

quarta-feira, 27 de julho de 2005

Crônica sobre minha irmã. (Thiago Falosi)*

Vai passar nessa avenida um samba popular. Assim vivia desde que se entendia por gente, fazia e trazia consigo a maior cultura popular que conhecia, andava aos beijos e abraços da sua memória e se orgulhava daquilo que parecia ser sua maior virtude. Maria. A verdade era Maria e sua certeza de que fazia o bem sobre o mundo e, portanto, mereceria ao menos o respeito alheio.
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Vida sempre baseada nos preceitos e conceitos do nacional, sempre figurou as páginas dos melhores ambientes do samba de primeira, tida como rainha da Lapa, Mangueira, princesa da Portela, Estácio de Sá. Fazia com exímia maestria o caminho entre todos os berços da boa e clássica cultura carioca-brasileira, da qual era defensora e admiradora. Mesmo assim, via falhas no relacionamento e na vida dessa cultura, se via por diversas vezes entre as melhores e piores sensações da vida, o medo iminente de não enxergar somente o melhor disso era angustiador.
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Para evitar este tipo de coisa resolveu deixar tudo de lado e estudar a fundo seu estilo fechando-se em seu pequeno universo. Virando um caso de terapia, mesmo assim, se via tão inserida que passou a se confundir com o meio e se tornou à primeira mulher formadora de um grupo, não de música, mas de cultura, coordenava tudo e vivia a emoção dos seus companheiros como se fosse a sua.
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Indiferente aos anseios da vida pop foi se esquecendo do que estava ao seu lado e se fazia cada vez mais de emissária das bandeiras da vida nacional, conquistando cada vez mais adeptos e admiradores, flertes eram comuns, mas nem sempre necessários. Seus seguidores a julgavam muito feliz e muito boa pessoa. Apesar de algumas amarguras e indecisões, se formou uma unidade e os poucos ao seu redor entendiam suas fraquezas e franquezas. Enfim, estava rodeada de bem querer.
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Todavia, mesmo envolta nessa sensação que reconfortava seu espírito ela nem sempre sentia essa vontade louca de ser a melhor o tempo todo, foi largando seus sonhos aos poucos e investindo suas fichas somente nos melhores aspectos a seu ver e viveu. O que tirou disso? Ninguém ao certo sabe, mas Maria continua vivendo a esperar o momento em que terá de fato um bom motivo para adocicar a vida alheia. O que pensa disso? Nem ela faz idéia do que pensar, mas sabe que seu caminho mudou por conta de suas escolhas. O viu de novo? Isso só quem pode responder é ela, mas de certo viu que é tão incerto o que fazemos que o caminhar é muito mais importante. Então, deu o primeiro passo.
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* "Falosi" é a abreviação de Façanha Lotfi Silva