VIVE MELHOR QUEM SAMBA !!!

"Eu digo e até posso afirmar: vive melhor quem samba" (Candeia)

segunda-feira, 30 de maio de 2005

RELATÓRIO DO CONGRESSO EM BH (mais ou menossssss)



Pontos positivos:
1 Pequena distância(3 quadras) entre o Hotel (bem bacaninha) e o Minascentro (versão muita mais charmosa do nosso Riocentro



Em frente ao Minascentro - eu e Andreia

2 Comidinha mineira... Hum!

Restaurante Cozinha Mágica


3 Sotaque mineiro! Uai.

4 Conferência sobre abordagem à comunidade, com, dentre outros, a Dra.Vera, de Fortaleza, que desenvolve o trabalho baseada em arte, música! (Fiquei uns 15 minutos chorando de emoção com o exemplo dela).

5 As atividades extras e culturais!
- No primeiro dia, Dona Jandira, uma sexagenária alagoana que viveu em Recife, e que coordena corais e artesanato em Ouro Branco, emocionou os congressistas com a sua voz única e seu violão, trazendo arranjos próprios de sambas-canção aos clássicos da MPB!!! (Nem gostei... pouco... GOSTEI
MUITO!) Imaginem, já ser recepcionada com SAMBA!

Dona Jandira


- Cia de Teatro Famigerados que nos presenteou com várias apresentações entre as conferências

- Cia Burlantis, criada em 1966, dirigida atualmente por Regina Spósito, Mariana Machado e Maurício Tizumba, apresentou um show dividido em 3 partes: MPB/sambas de Regina; pop/rock original de Mariana e tambores/pandeiros locais de MG de Maurício, representando a cultura afro. MUITO BOM! Visitem
www.burlantis.com.br ELES SÃO ÓTIMOS.



- O Mercado Central, em frente ao Minas Centro




6 Os amigos!
- que viajaram comigo e foram companheiros de quarto: Andréa, Filipe (que chegou atrasado para pegar o ônibus da ida com o detalhezinho que estava com a minha passagem...) e Melanie


Butter e o inseparável violão

- que encontrei lá: Clarisse, Júlia, Butter, Raquel, Marcele, Cadu, Therezinha, etc...

- da UNIRIO: Carlos (amigo desde o Pentágono!!!!!), Larissa e Breno, com quem me diverti muito, comi várias pizzas, bebi, voltei tarde, fui ao cyber café...


Pontos negativos:

1 Certa falta de organização do congresso
2 Muitas ladeiras de BH
3 frio
4 Mala pesada (onde colocá-la ao meio-dia da última diária?)
5 A mostra de cinema da Cia Famigerados que exibiu curtas de extremo mau-gosto a meu ver ...



RELATÓRIO

O Congresso em Belo Horizonte foi bom. Em termos de conteúdo, para mim, não foi lá maravilhoso, pois não acrescentou tanto para a minha formação como aspirante a especialista em Medicina de Família e Comunidade. Melhor dizendo, foi um congresso para quem já é especialista! Serviu para saber do que se fala, dos maiores problemas... Afinal, foi o primeiro grande contato! Seria mais interessante ouvir experiências de quem está na ponta, os casos e tal... Mas não é bem esse o objetivo do Congresso.

O grande barato para mim foi constatar a presença de grande número de pessoas envolvidas com seriedade nesse assunto (cerca de 1500), dentre elas muitos estudantes de diversos períodos e bastante engajados, além de vários (futuros) colegas, de diversos estados como Acre, Ceará, Pernambuco, Minas Gerais, Porto Alegre, São Paulo, Santa Catarina, Amazonas, Rio de Janeiro (muitos que me precederam no Fundão), e internacionais: Portugal, Espanha, Chile, Bolívia... Pessoas estas que têm o pensamento semelhante ao meu! Pela magnitude afirmo que é um movimento que vem crescendo e que não tem mais volta: veio para ficar.

Nestes últimos 10 anos, houve grande expansão das equipes no chamado Programa de Saúde da Família, implantado pelo governo de Itamar: Sabiam que existem mais de 25.000 equipes de Saúde da Família espalhadas por todo o Brasil??!! E que os locais de mais difícil implantação são, além daquelas áreas mais inóspitas, os centros urbanos? E que mesmo no local onde se consegue implantar há grande resistência por parte dos outros profissionais para auxiliar no sistema de referência/contra-referência para hospitais de maior porte? Sem falar na briga de mercado... Uns residentes de Juiz de Fora contaram que há por lá uma regulamentação proibindo os médicos de família de solicitarem T4L e TSH... Ou seja, se um médico de família faz o diagnóstico de hipotireoidismo, rouba o trabalho de um endocrinologista!

Um dos grandes desafios para os próximos 10 anos é montar uma espécie de controle de qualidade dessas equipes; outra é fazer com que as faculdades incluam em seus currículos mais cadeiras voltadas para importância da Atenção Básica, incentivando a especialização ou apenas mostrando o seu valor; sem falar na busca incessante de subsídios e de maneiras de criação de vínculo do profissional de saúde numa comunidade (o profissional acaba migrando para a prefeitura que paga mais).

Há o medo de tudo ficar instável na mudança de governo... Mas, estou determinada a fazer Residência Médica nesta “especialidade”. Parece paradoxal chamá-la assim, porque o que há de mais específico na Medicina de Família e Comunidade é o fato de ser Geral, isto é, basear-se na Atenção Primária, com multidisciplinaridade. Antes, eu pensava em só ficar no Rio (Uff, Uerj, Petrópolis, ENSP-Fiocruz). Mas agora já abro o leque e penso em Fortaleza, onde tenho família... Juiz de Fora, que é próximo ao Rio... Porto Alegre, Acre! Pensei até em, antes da residência, me voluntariar no exército e ir passar uns tempos na fronteira, ... Assim, saio da barra da saia da mãe, desintoxico de samba, cresço, ganho experiência, faço um pé de meia, fujo dos trocinhos que aparecem em minha vida ...

Triste foi ver pouca participação de professores da minha universidade, a UFRJ, que apesar de ser considerada e exaltada como a “melhor do Brasil” não apresenta nenhuma forma de incentivo à formação de médicos generalistas. Isso podemos sentir com a resistência da Faculdade de Medicina em permitir que os alunos façam o internato rural (faculdades como enfermagem, odontologia e outras têm aprovada esta proposta dentro da UFRJ); programa de Residência Médica em Saúda da Família e Comunidade entáo é quase uma piada.

Muitas vezes, quando me perguntam sobre a prova de residência, sinto-me uma “ET” ao ver a reação do colega a minha resposta. “Você vai querer ser médica de postinho?” “Não precisa fazer residência não... O que mais tem é prefeitura pagando muito bem para trabalhar no PSF”. É, galerinha, mas o que as pessoas não entendem é que, se ainda não se exige o título de especialista, é porque a demanda é grande! A maioria dos médicos das equipes doPSF não fizeram especialização. No futuro, porém, ela será exigida e com creditação periódica... Então, tenho que aturar a bolsa do governo por 2 anos, só para, depois de contratada, ganhar 4 a 10 vezes mais, mas já com algum grau de especialização.

Desistir, jamais. A gente tem que lutar para mostrar aos demais colegas que fazemos parte de uma especialidade sim! Que tem importância sim! Que não cuida só de pobre não! E que é feita por profissionais de boa qualidade sim!

4 comentários:

Anônimo disse...

isso aí garota!! tá se achando hein...gosto de te ver assim. beijos do teu primo.

Anônimo disse...

isso aí, priminha! to feliz por essa sua incursão academica! é assim mesmo... parabéns!

Anônimo disse...

Minha irmã estava lá também (ela é coordenadora de um PMF). Falei de você e ela sugeriu que você tentasse a residência na uerj.Fica aí a dica.

Anônimo disse...

Tatá,
Adorei seus comentários!!! É isso aí, vc vai longe.
Apesar dos problemas do congresso, valeu a pena o reencontro com amigos como vc.
Bjos,
Déia.